Sindi bom no gancho. Abate no Norte garantiu 62% de rendimento Foto: José Kennedy
Sindi bom no gancho. Abate no Norte garantiu 62% de rendimento Foto: José Kennedy
Sindi bom no gancho. Abate no Norte garantiu 62% de rendimento Foto: José Kennedy

Sindi bom no gancho. Abate no Norte garantiu 62% de rendimento

Sindi garante 62% de rendimento de carcaça

Índice foi alcançado em abate de animais F1 Sindi feito no Norte do Brasil, gerando produto de qualidade para o mercado internacional

O cruzamento entre zebuínos foi a solução encontrada pelo Confinamento Adão, localizado no município de Dom Eliseu, no nordeste do Pará e para produzir carne de qualidade, sem ter de elevar os custos de produção a escolha foi pelo Sindi. Desde 2018, o criador José Kennedy Rocha da Silva vem utilizando a genética da raça para cobrir a vacada Nelore, estratégia que permitiu elevar a quantidade de arrobas produzidas e melhorar o resultado no gancho.

No último abate, realizado no início do ano, a fazenda obteve um alto índice de rendimento de carcaça. O lote de 52 produtos do touro Javis da Estiva, abatidos aos 23/24 meses de idade e com 558 kg de peso vivo, atingiu 62% de rendimento de carcaça e 346 kg de carne. Os animais não estavam em jejum no momento da pesagem final no frigorífico. Com a excelente qualidade final, as carcaças atenderam aos requisitos do mercado chinês, garantindo melhor remuneração ao pecuarista.

José Kennedy já tinha conseguido um bom resultado em um outro lote abatido na semana anterior, quando o rendimento de carcaça no gancho ficou em 56%. “Dentro do abate Halal, que tem rigorosos critérios sanitários e de rastreabilidade. Conseguimos classificação de carcaça tipo A para atender ao exigente mercado árabe graças ao investimento em genética Sindi, que mostrou ser altamente eficiente mesmo em uma região de altas temperaturas como o Pará”, acrescenta o criador, que comanda a Fazenda Ariane. 

A carne Sindi está chegando a um mercado em forte expansão. Hoje, 1,9 bilhão de consumidores no mundo são muçulmanos. E as estimativas para 2060 é que uma, em cada três pessoas, seja muçulmana. Para a carne brasileira, esse já é o quinto maior mercado importador.

Os animais do Confinamento Adão destinados ao abate Halal, também produtos do Javis da Estiva, tinham 24 meses de idade e pesaram 20,56 arrobas, cada. Eles passaram por 103 dias de confinamento, onde obtiveram um ganho médio diário de 1,890 kg.

De acordo com Kennedy, a raça Sindi tem apresentado, além de velocidade de ganho de peso, maior eficiência alimentar. “O consumo de matéria seca dos produtos cruzados de Sindi ficou em 2,3% de peso vivo, bem abaixo dos 3% que obtínhamos com taurinos. É o Sindi comprovando que faz mais com menos, ou seja, converte muito mais. Isso reflete consideravelmente na rentabilidade do confinamento”, assegura. 

Trabalhando com ciclo completo, a fazenda confina 5.500 animais por giro. A família está no agronegócio desde 1995. A opção pelo trabalho com o Sindinel é recente e veio solucionar um grande problema de despesas do negócio. “O investimento era alto em todas as etapas do ciclo de produção. Os bezerros com sangue britânico tinham de ser mantidos no sistema de creep feeding, após a desmama recebiam proteinado, seguido de proteico energético ao sobreano. Isso tudo tornava o custo de produção do garrote bem elevado”, lembra.

Em busca de uma solução para o problema, o criador pesquisou sobre o cruzamento entre zebuínos. “Visitamos as Fazendas Reunidas Castilho e ficamos impressionados com o Sindi. Decidimos comprar, em sociedade, o Javis, que nos surpreendeu e desde então, utilizamos a genética da raça com muito sucesso”, atesta Kennedy.

O reprodutor que foi amplamente usado no projeto de cruzamento da Fazenda Ariane carrega a história consistente de seleção da família de Adaldio José de Castilho Filho e ele reforça o poder de fogo do plantel no cruzamento com taurinos ou zebuínos. “Nossa experiência com os cruzados de Sindi é sempre muito bem-sucedida, já que de um jeito ou de outro, a boiada responde”, conta Adaldio, sócio do touro Javis e vice-presidente da ABCSindi.

Segundo ele, a genética é um trunfo para o lucro do pecuarista. “Esta é uma alternativa perfeita para quem aposta na heterose para obter maior produção. O cruzamento entre zebuínos resulta em animais precoces e resistentes, menor custo e alto desempenho. É esse o boi que os mercados, como Europa, Cota Hilton, China e muçulmano, querem”, garante

.

Por Márcia Benevenuto

O que achou da matéria?

VOLTAR

O que achou da matéria?